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PARA INCLUIR PRECISO PENSAR EM ACESSIBILIDADE?

PARA INCLUIR PRECISO PENSAR EM ACESSIBILIDADE?

Quando vamos tomar sol na praia, primeiro vestimos a roupa de banho, passamos o protetor solar, arrumamos o local onde vamos nos deitar para aproveitar o dia ensolarado, e então deixamos que o maravilhoso sol nos bronzeie. Veja bem, em geral na nossa vida preparamos primeiro o ambiente para então recebermos o que desejamos. Quando falamos em inclusão o ideal é que esse caminho realmente seja seguido também. É claro que quando o espaço está preparado para receber todas as pessoas, inclusive as com algum tipo de deficiência, qualquer currículo pode ser aproveitado e o talentos de profissionais com alguma limitação não é perdido. Mas também entendemos que nem sempre é simples seguir essa ordem das coisas.

Seja em qualquer momento, só não devemos deixar de nos abrir para mudanças. Quando o ambiente “é deficiente”, ele é que não tem potencial para receber aquele profissional. Com esse raciocínio vemos que o ideal é sempre buscar possibilidades de adequar o ambiente para o uso coletivo, pensando sempre na diversidade. O ambiente é que deve ser mudado sempre que preciso for, em qualquer momento que seja percebida essa necessidade.

Mesmo porque quando falamos de acessibilidade não estamos pregando uma arquitetura de uso restrito, somente para aqueles com deficiência. Pelo contrário!! Estamos falando de multiplicidade, de construções de uso simples e que demandem menor esforço, de uso flexível, que beneficiem desde aquele que estiver cansado ou com um peso nas mãos, passando por uma gestante ou idoso, até alguém que faça uso de cadeira de rodas. Todos. Pense bem: quando há uma rampa suave e ao lado uma escada, qual você prefere usar? Qual te indica maior conforto de uso?

Esse mundo só possui poucas condições de acessibilidade porque os “não deficientes”, por assim dizer, são maioria. Já pensou se fosse o contrário? Se você, ouvinte, experimentar um dia em uma comunidade surda entenderá como é sentir-se estrangeiro em seu próprio país.

Mas voltemos ao início desse texto. Como estava dizendo, o ideal seria sim que houvesse um planejamento de acessibilidade antes de receber a pessoa com deficiência. Mas o caminho que acontece é muitas vezes diferente desse. Há a necessidade da contratação e, somente com a inclusão em andamento se percebe a necessidade de se adaptar as construções ou os dispositivos de uso. A ordem acaba mudando, e tudo bem... desde que a acessibilidade seja lembrada. É sempre tempo!

Diferente do que muitos pensam, realizar construções ou adaptações acessíveis não torna o ambiente “feio”, e também não é caro. Pode ser simples e surpreendente. Mais ainda, traz a todos que por ali passam a sensação de que ali estão pessoas que se preocupam com o bem estar do outro, que todos temos a mesma oportunidade de se desenvolver e que aquele espaço traz mais conforto que qualquer outro! Vamos tentar?

Postado Por Viviane Nicézio

Viviane Nicézio
Fisioterapeuta, especialista em Inclusão de pessoas com deficiência. Fundadora e CEO da Adequa Desenvolvimento, presta assessorias voltada a inclusão e adequação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, levando com ela a bandeira de inclusão e a certeza de que ser diferente é mais que normal, é uma condição humana.

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